O que há de interessante neste dia

segunda-feira, março 20, 2006

NEPOTISMO

Em todo trabalho há proveito, mas ficar só em palavras leva à pobreza. Provérbios 14:23

Porque vós mesmos sabeis como convém imitar-nos, pois que não nos houvemos desordenadamente entre vós, Nem de graça comemos o pão de homem algum, mas com trabalho e fadiga, trabalhando noite e dia, para não sermos pesados a nenhum de vós. Não porque não tivéssemos autoridade, mas para vos dar em nós mesmos exemplo, para nos imitardes. Porque, quando ainda estávamos convosco, vos mandamos isto, que, se alguém não quiser trabalhar, não coma também. II Tessalonicenses 3:7-10

Há um comercial de tv, de um banco importante, vinculando recentemente. Nele, as pessoas de uma empresa são convidadas para uma festa e o chefe diz que cada uma deve vir vestida com a roupa típica da sua região.
E todos aparecem trajados com roupas típicas. Um porém, aparece com a roupa comum de trabalho do dia-à-dia. Todos o encaram. E ele diz:
- Ué? Não era para vir como a roupa típica da região?

Um dos estados mais ricos de nosso país é o aqui apresentado neste comercial. É o estado de São Paulo. Dizemos que os paulistas trabalham 24 horas, sem parar.

O Brasil saiu do século XVIII, de uma economia de agricultura, para uma economia de moldes industriais. Em pleno século XXI, temos hoje inúmeras fábricas de ponta e de tecnologia instaladas em nossa região, inclusive, aqui em Manaus, na famosa Zona Franca de Manaus.

Mas temos um costume que se perpetua entre nós de geração em geração.
E este costume se chama nepotismo.

Ele está conosco desde os tempos do império. E, em pleno século XXI, o Brasil ainda discute as questões de pessoas que são parentes e são empregadas no poder público.

Este é um costume antigo e do século XVIII, mas que tem raízes profundas em nossa sociedade. O próprio estado de São Paulo ainda padece com ele nos dias atuais, apesar de ser reconhecido como o estado que mais trabalho no país, a taxa de nepotismo em São Paulo é bastante alta.

Com o nepotismo, deixamos de premiar as pessoas que trabalham mais. Premiamos as pessoas que são nossos parentes, que são de nossa família, aquelas a quem demonstramos apreço. Fazemos uma inversão de valores e prejudicamos as pessoas que dão duro para, todos os dias, se esforçarem em benefício das empresas e dos órgãos em que trabalham.

Também premiamos: a pregüiça, o favorecimento de pessoas que não rendem tanto no trabalho e geramos no coração dos outros o ódio por serem mais favorecidos do que outros. Premiamos a acepção de pessoas.

Na empresa onde trabalho, convivo com uma equipe formada por outras três pessoas que tem vínculo de parentesco no trabalho. Elas chegam tarde, elas somem em momentos em que precisam estar presentes para resolver problemas. Elas parecem largadas e não estarem "nem aí" com a função que exercem na empresa.
Fui contratado por uma imposição do chefe de um aplicativo de gerenciamento de informações, uma pessoa paulista, que trouxe um técnico de fora. O setor onde trabalho já foi chamado de cargo político de pessoas de confiança. E só possuia 'gente de confiança' em seu interior.

Na minha sala, a um cartaz que chama a atenção das pessoas, caso elas sejam parentes de alguém na empresa onde trabalham. Coloquei este aviso para apresentar à equipe que trabalha comigo como elas ficam visadas,
como podem ser taxadas de irresponsáveis por terem parentesco com alguém em uma empresa.

Deus nos faz responsáveis de espalhar seu evangelho pelo mundo. Não nos tornamos cristãos para somente colher os frutos das coisas boas de sermos chamados filhos de Deus. Ganhamos uma responsabilidade a mais em nossas vidas.

Devemos dar um exemplo contundente para Deus em nossas vidas neste mundo. Não devemos nos aproveitar de nossas posições para tirar proveito próprio.

O Brasil, este país tão grande, sofre com grandes problemas sociais, e maioria deles é causada pela má distribuição de renda. Porque favorecemos menos quem trabalha, mais quem é de nossa família. Roubamos da mesa de um trabalhador honesto para satisfazer alguém que tem o mesmo sobrenome que nós possuímos.

Deus nos dá tudo e somos chamados pelo Seu nome.

Podemos encontrar no Antigo Testamento casos de favorecimento de pessoas e de nepotismo.
Esses exemplos estão descritos ali para nos servir de exemplo de atitudes que devemos evitar.

O nepotismo não é uma característica da Palavra de Deus. Antes, a Bíblia prega contra esta causa. Deus aceita a todos sem acepção de pessoas. Se damos preferência a pessoas em nosso meio, fazemos acepção de pessoas.
Logo, nosso país padece suas grandes questões sociais por fazer acepção de pessoas. E sofremos deste problema desde o século XVIII.

Se todos os estados de nosso país fossem conhecidos como o estado de São Paulo, de trabalhadores, que buscam promover as pessoas que trabalham, que se empenham, talvez tivéssemos uma melhor condição social em nossas vidas de maneira generalizada. Mas isso não será verdade enquanto não nos empenharmos em tratar a todos de maneira igual, de maneira humana, sem favorecer àqueles que julgamos mais merecedores de honra e que se chamam pelo nosso sobrenome.

O nosso sobrenome como cristãos é o de Jesus.

Devemos tratar a todas pessoas de maneira semelhante. Devemos nos esforçar para ganhar o nosso pão diário seguindo o modelo deixado pelos apóstolos de Jesus: com as nossas próprias mãos, com o fruto do nosso trabalho.

Não há nada de errado você ajudar a quem necessita.

Mas, como cristãos, sempre nos preocupamos em ensinar as pessoas a pescar o peixe. Ou seja, ensinamos a pessoa a ganhar dinheiro com algum trabalho. Do contrário, só estaríamos favorecendo a pessoa a não trabalhar.

Não dê dinheiro a uma família necessitada.
Se eles tem fome, dê o alimento.
Se eles precisam ganhar dinheiro para se alimentar, ensine a eles como exercer alguma atividade e ganhar dinheiro.

Isso é um compromisso cristão. E social também.

Sou terminantemente contra nepotismo no trabalho. Assim como sou contra todo e qualquer envolvimento íntimo em empresas, entre colegas do setor. Meu caráter de cristão me ensina que estas disposições de espírito são erradas e contra o evangelho de Jesus Cristo.

Por respeito ao chefe que me contratou, suporto as dores do meu atual emprego. Procuro ser o mais responsável possível na execução de minhas atividades, e cobro esta responsabilidade da equipe que trabalha comigo.

Pela maneira de pensar, pela maneira como enxergo estas coisas, nada me favorece para estar
neste emprego e nesta empresa.

Mas como um bom cristão, contratado por esta empresa, acato as ordens de minha chefia imediata.

Ele me pede para esquecer as intrigas, fazer meu trabalho, procurar dar um exemplo de responsabilidade empresarial em uma empresa que pensa, trabalha e age com a disposição nepotista do século XVIII.

Como cristãos, nós temos esta responsabilidade de obedecer as autoridades constituídas sobre nós. Mas também temos a responsabilidade de modificar os lugares em trevas, levando até eles luz. Não causando intrigas, criando bravatas ou defendendo posições políticas.

Mas com a nossa maneira de ser. De tratar as pessoas. De agir em prol do evangelho.

Se você se sente magoado ou ferido por falta de favorecimento em seu emprego, na sua atividade de trabalho, agradeça a Deus por ter mãos para trabalhar, por ter onde labutar, por estar na presença de Deus. E por de alguma forma contribuir para a sua obra, caso você seja dizimista e caso tenha entendido o compromisso da
oferta e do dízimo a ser dado a Deus.


Não mudamos as pessoas.

Deus as muda.

A paz de Cristo.

0 Comentários:

Postar um comentário

Assinar Postar comentários [Atom]



<< Página inicial