O que há de interessante neste dia

segunda-feira, junho 21, 2004

As agruras de um casamento misto

Ore bastante por este servo e sua família. Algumas pessoas dizem que você não deve compartilhar muito
de sua intimidade de casal. Dizem que nem tudo convém. Estas se esquecem que nossas vidas são um teatro
público no mundo, na guerra entre o bem e o mal.


- Adão, onde está sua mulher?
Adão de cabeça baixa, ajoelhado. Não encara a Deus. Diz:
- Senhor, misericórdia!

Grupo de oração de casais. Quarta-feira. 16 de Junho de 2004.

Eu recebi o encargo de levar a palavra. Escolhi um texto de Atos. Li o texto.

Atos 9:10-19.

Falei aos irmãos que há muitas pessoas que agem assim com algumas novatas na
igreja. Alguns não se 'misturam' com as novas. Fazem isto porque temem os re-
cém-chegados. Será que ele se converteu mesmo? Pode ser um espião. Alguém como
Saulo. Que quer levar para fora e não para dentro. Que quer afastar, em vez
de congregar.

Citei que, em nosso casamento, estas coisas também podem ocorrer. Que nossa inti-
midade, a intimidade do casal é só nossa. Falei outras coisas. E aproveitei que,
no domingo passado, o pastor Judson falara de Barnabé, que levara Saulo aos ir-
mãos e o apresentara à igreja, depois de se certificar de sua conversão.


Se seguiu uma rodada de comentários.


Daí eu finalizei com uma pergunta:


- Quem são os nossos Saulos?? Você tem um Saulo em sua vida? Alguém que resiste
a sua pregação, alguém que o acusa, que diz que você não serve a Deus? Cada cris-
tão, provavelmente, conhece um Saulo. Alguém que o persegue, alguém que está ali
para dizer que você não serve a Deus. Você tem orado por estas pessoas? Você tem
orado pelos Saulos que há em sua vida?



- Adão, onde está sua esposa?
Adão ainda de joelhos, rosto abaixado. Lágrimas nos olhos.
- SENHOR, meu Deus, tem misericórdia!!!



Quinta-feira à noite. 17 de Junho de 2004.
A Sandra me acusa de ter me referido à ela na noite de quarta-feira. Que a acusei.
Discutiu. Falou coisas horríveis me acusando. Na terça-feira à noite, ela recebeu
uma ligação dizendo que a cirurgia que espera estava adiada por quinze dias. Eu
orei por ela, tentei acalmar seu coração.


Dez minutos depois, ela estava gritando em nosso quarto. Me acusando, falando da
casa, chamando-me de irresponsável. Assustou o Matheus.


Uma criatura totalmente diferente da que estivera chorando dez minutos atrás. Os
olhos injetados de sangue, a cara com raiva, ameaçadora. Falando e gritando.

Tomei o Matheus e levei-o comigo para devolver um DVD que alugara. Fomos comer
um sanduíche bem longe de casa. Eu comprei dois hamburguers, um para ele e um
para mim. Voltamos para casa umas duas horas depois.



Novamente, Deus se dirige a Adão:
- Adão, onde esta sua esposa?
Adão, ainda de joelhos, rosto abaixado, olhos vertendo lágrimas sem parar, o
rosto molhando, inundando a roupa que veste:
- SENHOR, meu Deus, tem misericórdia!!!



Domingo. 20 de Junho de 2004.

O pastor na igreja fala acerca do cego Bartimeu, falando sobre a cura impenetrada
por Jesus. Fala sobre o procedimento de Bartimeu. Como Jesus o curara e porquê. O
pastor fala que a coisa que mais angustiava a Bartimeu, a coisa que mais o atormen-
tava, era o seu estado de cegueira. O seu defeito visual.

O pastor pergunta:

- O que o tem angustiado? O que tem trazido a você mais sofrimento?

O pastor pede uma oração. Pede a todos que baixem as cabeças. Pede que a congrega-
ção pense nas coisas que a tem angustiado, trazido sofrimento, pede que apresente-
mos a Jesus nossos sofrimentos, para que Deus possa fazer como fez com Bartimeu.


Eu fechei os meus olhos. Pensei em minha esposa me acusando em casa. Nas brigas e
discussões desta semana. Nas acusações. Em estar de joelhos intercedendo em oração
pela Sandra. Em orar por sua cirurgia, por nosso relacionamento. Nela me chamando
de falso, brigando, dizendo palavrões.


Eu pensei no meu casamento. Apertei a mão de minha esposa em dado momento. Ela re-
tirou a mão. Aquilo me trouxe lágrimas aos olhos. Eu pensei que a salvação é indi-
vidual, mas que Deus pode fazer milagres.


Aquilo me deixou até meio desanimado. Mas, ouvi as palavras de Deus acima. E respeirei
fundo.


Quando a oração terminou, eu levantei a cabeça e retirei as lágrimas dos olhos.


Noite de domingo. Em casa. 20 de Junho de 2004.

Vou fazer o devocional do Matheus, meu filho de 7 anos.. Ele está lendo o livro de Gênesis.
Desligo a TV. A Sandra saiu gritando do quarto. Com raiva por ter desligado a TV. Ela vol-
ta minutos depois, para me bater e para cobrar que o Matheus termine logo para
que ela assista TV.

Eu termino o devocional de leitura do Matheus. Digo que vou iniciar o meu. Ela
fica irritada.

Eu saio do quarto para fazer meu devocional fora. O Matheus me acompanha.


Volto depois. Digo ao Matheus que ele irá orar. Chamo a Sandra para orar. Ela
me ofende e diz que não. Desligo a TV. Ela blasfema, fala um monte de coisas.
Eu peço a ela para orar conosco.

- Não! Quem é você para dizer o que EU tenho que fazer!!!???
- É só uma oração...
- Eu não vou orar com você!! Você não é nada! Maluco! Débio mental!!!

Eu seguro no corpo dela, rindo. O Matheus inicia a oração. Eu tento segurar
sua mão.

Ela me dá um tapa na cara.

Eu perco a paciência. Nasce uma discussão. A expulso do nosso quarto. Ela me diz
um monte de coisa.

- Falso! Crente falso!!! Tu não é nada!!

Eu me tranco no quarto com o Matheus e oro. Oro por meu casamento. Choro por
meu casamento. O Matheus me escuta. Eu termino a oração.

Meu filho sorri e se deita.

Eu o encaro. Limpo o rosto das lágrimas.

- Ah, filho! Você é bem-aventurado! Não sabe e não entende nada!!!


Uma hora e meia depois, ela retorna para o quarto, falando de separação. Se deita
ao meu lado na cama. E dorme.

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