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quinta-feira, novembro 04, 2004

INVEJA

Inveja - é ter tristeza com a felicidade do outro.

Um novo mandamento vos dou: que vos ameis uns aos outros.
João 13:34


Amar o próximo. Um mandamento deixado porCristo aos seus discípulos.

Nós sabemos que já passamos da morte para a vida, porque amamos os irmãos.
Quem não ama permanece na morte.
I João 3:14


Assim, nos é dito que quem não ama está morto ou permanece morto.
E ser invejoso é estar em parte morto.

Quem deseja o bem ao próximo geralmente deseja-lhe o bem como se fosse
algo para si mesmo. "É próprio do amor de amizade querer o bem do amigo
como se fosse para si mesmo", já nos dizia Tomás de Aquino.

Entristecer-se com a felicidade do outro é um ato contra o amor ao próximo.

A inveja pode se constituir um pecado mortal ou não. Por exemplo, posso invejar meu irmão se em uma pequena partida de xadrez ele faz uma jogada brilhante ou brincando de bola faz um gol bonito. Estes motivos de inveja não constituem algo de ruim ao meu próximo em si mesmos. Mas em mim mesmo.

A inveja possui filhas. E estas filhas levam a um pecadom aior. Um pecado mortal.
São elas: a murmuração, a detração,o ódio, a exultação pela adversidade
alheia e a aflição pelaprosperidade do próximo.

Na tentativa de fugir da tristeza que o assola em razão da inveja que sente de seu próximo, o homem invejoso é levado a fazer muitas coisas para afastar a sua tristeza ou as coisas que o inclinam à tristeza.

Sendo a inveja tristeza pela glória do outro, a pessoa tende a fazer coisas até contra a ordem moral para atingir o próximo, a pessoa da qual tem inveja. A pessoa passa a lutar para impedir a glória do outro, que é o que entristece o invejoso, e faz isto diminuindo o bem do outro de algum maneira ou falando mal dele: disfarçadamente, pela murmuração (sussurros e fofocas) ou abertamente, pela detração.

O termo final da inveja pode assumir duas posições: o primeiro diz respeito à pessoa invejada e, nesse caso, a inveja pode levar ao ódio, isto é, o invejoso não só se entristece pela superioridade do outro no assunto ou naquilo que lhe causa inveja, mas mais
do que isso, quer o mal do próximo em todos os aspectos.

O segundo, diz respeito à pessoa que inveja, que se alegra quando consegue obter o fim que buscava: diminuir a glória do próximo e, assim, dá lugar à filha da inveja chamada exultação pela adversidade do próximo.

Quando não consegue alcançar este seu objetivo, outra filha da inveja da lugar a esta: a filha chamada aflição pela prosperidade alheia.

Então vi que todo trabalho e toda destreza em obras provêm da inveja
do homem contra o seu próximo
Eclesiastes 4:4

Tentar seguir o padrão da vida do próximo é um pecado que não somente nos impedirá de ir para o céu, mas também mesmo nesta vida nos tirará a satisfação (Eclesiastes 4:12-13).

Enquanto o ciúme simplesmente cobiça a riqueza e a honra dos outros, a inveja é algo que se faz acompanhar de rancor. A inveja não é necessariamente querer para nós mesmos, mas simplesmente querer que seja tirado do outro. A inveja
é o sentimento de infelicidade produzido por presenciarmos a vantagem ou a prosperidade do outro.

Os invejosos se incomodam com os sucessos dos amigos.

Quando nos magoamos por causa daquilo que outros conquistaram, quer financeiramente,
quer na reputação, a ambição egoísta nos torna arrogantes contra o nosso irmão (Tiago 3:14).

O ciúme dos coríntios para com os pregadores gerou contenda e divisão (1 Coríntios 3:3-4).
O ciúme e a inveja levaram os irmãos de José a querê-lo morto, geraram a rebelião de Coré,
levaram Caim a matar Abel, o Sinédrio a matar Jesus e aprisionar os apóstolos.

Muitos hoje e no primeiro século pregam e pregaram a Cristo movidos pela inveja (Filipenses 1:15). São zelosos pela causa de Cristo, mas esse zelo é motivado pelo desejo de desacreditarem outros irmãos.

Os irmãos ciumentos estão associados com a contenda, com a ira, com as disputas, as maledicências, a difamação, a arrogância e as perturbações
(2 Coríntios 12:20).

Mas a contenda nasce da inveja, da ambição e do desejo de prestígio,
de posição e de destaque.

A contenda corre solta quando os cristãos odeiam ser superados. Domina quando o homem se esquece que só o que se humilha pode ser exaltado. Os irmãos invejosos e competitivos
cobrem o seu pecado com debates "consagrados" sobre as palavras e sobre as questões controversas (1 Timóteo 6:4-5).

Uma vez que a contenda entra na igreja, o culto passa a ser inviabilizado. Os cristãos, e mesmo os presbíteros e pregadores, ficam tão preocupados com os seus direitos, dignidade, prestígio, práticas e procedimentos que ficam impossível haver uma atmosfera que dê margem ao
louvor e à adoração. Com o ciúme e a inveja no coração, não podemos fazer julgamentos
justos; o julgamento parcial só gera mais contenda. A adoração a Deus e as disputas
dos homens não combinam.

O ciúme e a inveja parecem ser os últimos pecados a desaparecer da vida do Espírito.
Após a longa lista que Paulo apresenta de pecados da carne e dos frutos do Espírito em
Gálatas 5:19-23, ele conclui o seu pensamento com a advertência: "Se vivemos em Espírito, andemos também no Espírito. Não nos deixemos possuir de vanglória, provocando uns aos outros, tendo inveja uns dos outros" (Gálatas 5:25-26).

Ninguém acusou os apóstolos durante o ministério de Jesus de fornicação, impureza, sensualidade, idolatria, feitiçaria, embriaguez e orgias, mas na noite antes de Jesus
morrer eles eram invejosos e cheios de contenda (Lucas 22:24).

Não é necessário participar do trabalho da igreja por muito tempo para descobrir que fonte eterna de problemas é a inveja.



Como corrigimos o espírito invejoso e ciumento em nós mesmos?

Alegrai-vos com os que se alegram e chorai com os que choram.Tende o mesmo sentimento
uns para com os outros; em lugar de serdes orgulhosos condescendei com o que é humilde;
não sejais sábios aos vossos próprios olhos (Romanos 12:15-16)

Finalmente, sede todos de igual ânimo, compadecidos, fraternalmente amigos,
misericordiosos, humildes, não pagando mal pormal ou injúria por injúria; antes,
pelo contrário, bendizendo (1 Pedro 3:8-9)

Ora, é em paz que se semeia o fruto da justiça, para os que promovem a paz (Tiago 3:18)

Todos estamos tentando ceifar uma colheita resultante de boa vida, mas as sementes que produzem essa colheita jamais podem brotar em uma atmosfera que não seja aquela com os relacionamentos corretos.

O grupo em que há inveja e contenda é um solo infértil, em que não pode crescer nenhuma colheita justa.

(Citações de textos de Tomas de Aquino e Darrel Hymel)


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