FAZENDO DEUS IMPORTANTE

Abençoai aos que vos perseguem, abençoai, e não amaldiçoeis.
Alegrai-vos com os que se alegram; e chorai com os que choram;
Sede unânimes entre vós; não ambicioneis coisas altas, mas acomodai-vos às humildes; não sejais sábios em vós mesmos;
A ninguém torneis mal por mal; procurai as coisas honestas, perante todos os homens.
Se for possível, quanto estiver em vós, tende paz com todos os homens.
Não vos vingueis a vós mesmos, amados, mas dai lugar à ira, porque está escrito: Minha é a vingança; eu recompensarei, diz o Senhor. Romanos 12:14-19

Num domingo de outubro, quase oito meses depois de ter sido apanhado em flagrante com quatro gravatas furtadas em West Palm Beach, o rabino Henry Sobel decidiu caminhar pelas ruas de Higienópolis, onde mora. Em poucos minutos, um motorista de táxi parou o carro, desceu e lhe pediu um autógrafo. Em seguida, um livreiro que tinha saído de casa para passear com o cachorro abordou o rabino com palavras de ânimo e consolo: "Tenho certeza de que o senhor vai se recuperar. Fomos nós, os judeus, que criamos o Dia do Perdão".
Na hora do almoço, Sobel compareceu à festa de aniversário de um velho amigo da comunidade judaica. Numa refeição em que foram servidos quitutes da culinária baiana, em vez da tradicional comida kasher, preparada segundo o ritual judaico - numa abertura aos costumes brasileiros que o rabino sempre estimulou, ele foi abraçado pela maioria dos presentes e ouviu palavras amáveis, até que, na hora de ir embora, ocorreu uma cena estranha.

Fazia um calor inclemente naquele início de tarde. Na calçada, à espera de que o manobrista trouxesse o automóvel, Sobel trajava seu uniforme-padrão para tais ocasiões - calça cinza, blazer azul-marinho e gravata escura. De repente, um empresário, seu conhecido, aproximou-se. Após a troca convencional de informações sobre a saúde das esposas e a carreira dos filhos, ele encerrou a conversa com uma insinuação agressiva: "Está muito calor, rabino. Por que o senhor não tira a gravata?". Sem mover um músculo da face, Sobel respondeu que se sentia bem assim. Ouviu a provocação mais uma vez, uma terceira. Manteve-se impassível, entrou no carro e foi para casa, colarinho fechado, gravata no peito.

Revista Época on-line
(http://revistaepoca.globo.com/Revista/Epoca/0,,EDG80222-5990-497,00.html)


(...)

Minha amiga de seminários Luciana têm uma personalidade forte. Algumas vezes, fala aquilo que lhe vem a cabeça sem pestanejar. Nos últimos meses ela tem se tornado uma líder e um exemplo para muitos jovens na Tabernáculo Jovem aos sábados.

Em um desses dias, ela e sua mãe estavam em seu carro indo para casa. Ao parar, Luciana encostou demais em um carro ao lado. O carro somente foi encostado. Mas a dona do outro carro, soltou palavrões e impropérios contra Luciana, sem parar. A mãe de Luciana estava no carro. A mulher também passou a xingá-la sem parar. Impassível, Luciana e a mãe pediram desculpas à mulher no carro e depois sairam.

Mais tarde, entre os irmãos da igreja, Luciana disse: "Se fosse outra época, no momento em que a moça tivesse dito algo contra minha mãe, eu teria partido para cima dela. Teria brigado com ela, sem me importar com quem estivesse olhando ou não. Eu fiquei pensando comigo mesma: se respondo algo à ela, com que cara vou encarar as pessoas do meu grupo na tabernáculo jovem? "

Sua mãe também deu seu testemunho: "Se fosse antes, eu teria dito poucas e boas àquela mulher e talvez tivesse até ajudado minha filha a xingá-la. Agora, que tipo de exemplo cristão eu estaria dando à minha filha naquele momento? "

O homem que fez a insinuação agressiva contra o rabino Sobel naquele dia deve ter ido para casa se gabando do que fez. A mulher que xingou Luciana e sua mãe pode também ter feito o mesmo ao chegar em casa. Talvez a mulher enfrente alguns problemas pessoas sérios e usou Luciana e sua mãe para extravasar suas emoções. O homem que fez a insinuação ao rabino Sobel deve ter sentido um prazer ímpio de ter xingado alguém de uma religião importante e ter se gabado de que todos os que acreditam em Deus são hipócritas e mentirosos.

Todos somos pecadores e temos falhas. Algumas vezes, nossos pecados podem ser expostos ao público nos cobrindo de vergonha e teremos que aprender a conviver com isso. Outras vezes, seremos provados como o foram Luciana e sua mãe e o próprio rabino Sobel, e poderemos nos regozijar ou nos lamentar por não termos passado pela provação.

O valor que há em Deus para as nossas vidas é expresso nesses nossos momentos de provação. Esse valor não e medido pelas ações dos outros, mas por nossas próprias ações.

Ao ouvir o escarnecedor e o zombador nessa semana, ignore-o. Lembre-se do exemplo que muitas vidas procuram dar diariamente à Deus mesmo com suas falhas. Deus é importante para nós e pode não ser tão importante para o outro. Algumas amizades nutrem o nosso amor e a nossa fidelidade para com Deus e a estas devemos dar maior honra.

Outras nem sequer mereciam estar em nosso círculo de amizades, mas a posição, o dinheiro e o status social as trazem até nós.

As suas amizades o honram ou são honradas por sua presença??

A paz de Cristo.